AREIAS DE OURO - RIVIERA DE SÃO LOURENÇO
MERCADO IMOBILIÁRIO
Riviera de São Lourenço, em Bertioga: um dos mais luxuosos balneários
Praia do litoral paulista transformou-se nos últimos trinta anos; hoje é administrada como um condomínio fechado
Por Fabio Brisolla | 07/01/2009"Meus amigos riam e perguntavam se eu realmente acreditava que esse lugar iria para a frente", lembra. Foi. Atualmente, a Riviera de São Lou-renço tem 180 edifícios e mais de 2 000 casas. Outros 29 prédios estão
Bairro do município de Bertioga, a Riviera de São Lourenço funciona, na prática, como um condomínio fechado. Responsável pelo empreendimento, a construtora Sobloco iniciou as obras de infraestrutura local em 1979, seis anos antes da venda do primeiro imóvel. Foram instalados ali
Para atender os novos proprietários, surgiu uma entidade sem fins lucrativos, uma espécie de subprefeitura, a Associação dos Amigos da Riviera de São Lourenço. Com 400 funcionários, a organização cuida da segurança, mantém a pavimentação de calçadas e ruas, faz poda de árvores... Metade de seus contratados cuida da vigilância. Para essa tarefa, contam com o auxílio de 27 câmeras que monitoram, inclusive, as areias. "Sem dúvida, a segurança foi um fator que pesou na opção pela Riviera", conta o médico Marcelo Jatene, proprietário de um apartamento no balneário. A proximidade de São Paulo também influiu na decisão. "Se surge algum chamado urgente, consigo subir a serra em pouco tempo." No último dia 13, ele precisou voltar antes do restante da família para realizar um transplante no Instituto do Coração (Incor). Em uma hora e meia, percorreu os
As praias de São Sebastião, porém, lideram a preferência de jovens atrás de agito. "Quando quero ver gente, vou para Maresias", diz a estudante de arquitetura Camila Malachias. "Mas, se estou atrás de tranquilidade, prefiro a Riviera." Nas areias do condomínio de Bertioga predominam casais acima dos 35 anos, com filhos pequenos ou adolescentes. O executivo Walter Baxter Jr., presidente da divisão de diagnósticos do laboratório Roche, é um exemplo. Há oito anos, ele comprou uma casa no balneário e tornou-se frequentador assíduo, sempre acompanhado da mulher, Yara, e do filho, Giovani. "Quase não praticava esportes, e aqui a família inteira aprendeu a surfar", diz Baxter.
Apesar de representar 2% do território de Bertioga, a Riviera é responsável por quase metade dos impostos pagos à prefeitura. Dos 47 000 terrenos e residências registrados no município, apenas cerca de 14 000 ficam no bairro (30%). A administração municipal arrecada ali, no entanto, 43% do IPTU. "Sem a Riviera, a situação financeira da cidade ficaria muito difícil", afirma Enio Xavier, secretário de Administração da gestão encerrada em
Com o desenvolvimento da região, o paulistano Alexandre Zeni, dono da escolinha de surfe local, sentiu a mudança dentro da água. "Após o surgimento dos prédios, os ventos foram deslocados e as ondas no centro da praia, prejudicadas", avalia. O número de alunos, porém, aumentou consideravelmente. "Só no mês de janeiro pretendo coordenar mais de 500 aulas." Movimento maior registram o restaurante Gaiana e a pizzaria Mare Monti, administrados por Ricardo Trevisani, sócio do Gero paulistano. Durante a alta temporada, ele espera receber mais de 20 000 pessoas nas duas casas. "Mesmo alguns clientes que estão a caminho de outras cidades do litoral fazem uma escala na Riviera para comer", diz Trevisani. Atento ao movimento, o empresário Silvio Magalhães inaugurou há dois anos um supermercado com
A fórmula da Riviera
- Bertioga estende-se por
- Há 2 255 casas e 6 878 apartamentos concluídos no bairro. Só 104 proprietários, no entanto, moram ali. Todos os fins de semana, cerca de 2 000 residências são ocupadas.
- Um apartamento com quatro suítes na beira da praia chega a custar 2,6 milhões de reais, o correspondente a 10 000 reais por metro quadrado.
- A Associação dos Amigos da Riviera monitora ruas e praias, além de administrar o sistema de água e esgoto local. De seus 400 funcionários, metade é destacada para a segurança. Proprietários de casas pagam uma taxa de administração entre 350 e 500 reais pelo lote. No caso dos apartamentos, o valor fica em torno de 250 reais.
Edição 2094 da Revista Veja
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